Adormeci. Acordei numa cama, sem roupa. Tinham levado a impudência ao ponto de me limpar, a julgar pelo cheiro que eu exalava, não exalava mais. Fui até a porta. Fechada à chave. Até a janela. Gradeada. Ainda não era noite escura. O que se pode tentar quando já se tentou a porta e a janela. A chaminé talvez. Procurei minhas roupas. Encontrei um interruptor e o pressionei. Sem resultado. Que história! Tudo isso me deixava razoavelmente indiferente. Encontrei minhas muletas, encostadas numa poltrona. Acharão estranho que eu tenha conseguido fazer os movimentos indicados sem seu auxílio. Acho isso estranho. A gente não se recorda imediatamente quem é, ao acordar.

molloy,
s.beckett