e.hopper







por um cruel momento, você na foto me olha.
de repente,não ri mais comigo,mas de mim.







"A terra atrai irresistivelmente o homem, arrebatando-o na própria correnteza dos rios que, do Iguaçu ao Tietê, traçando originalíssima rede hidrográfica, começa da costa para os sertões, como se nascessem nos mares e canalizassem as suas energias eternas para os recessos das matas opulentas.

(...)

E por mais inexperto que seja o observador - ao deixar as perspectivas majestosas que se desdobram ao sul, trocando-as pelos cenários emocionantes daquela natureza torturada, tem a impressão persistente de calcar o fundo recém sublevado de um mar extinto, tendo ainda estereotipada naquelas camadas rígidas a agitação das ondas e das voragens."

Li que percepção requer envolvimento. Buscamos sempre uma memória sensorial para tudo, mesmo sem a certeza de estarmos em sonho ou despertos. Quero poder um monte de coisas. Ter voz, ouvidos e movimentos treinados. Sentir meu dedo empurrar o martelo na corda do piano.

Quero podermos um monte de coisas. Termos voz, ouvidos e movimentos treinados. Sentirmos nossos dedos empurrarem o martelo na corda do piano... a sensação comum que permeia, individualmente, cada um dos fios.




não, não olhe para trás, não agora. conto o passado sozinho porque ele não sabe de nada. eu entristeço e você nada. nada nas profundezas e o que resta a nós é o tempo que não vivemos. agora percebo.
quando nascemos não somos únicos, somos?
agora estou só.
só dos tudos. e tudo me parece tão pouco. o tempo colocou-me um nó na garganta, o chamemos assim. poupo-lhe dos lamentos, mas derramo, transbordo pelas beiradas.
estou assim quieto, imóvel para que eu mesmo não perceba todo esse cansaço que esses dias me causaram. em outro momento, talvez longe daqui, ví-me carregando uma criança já grande no colo, descíamos uma longa escada e quando embaixo chegávamos, a criança era eu. ela chorava. derretia e voltava a ser água.









Cavei a terra com meus dedos, atras de um texto que sumiu no ar depois de muito trabalho duro. Quis recuperar os assuntos, mas aprendi que o ponteiro do relogio só volta se a gente por o dedão lá, só com vontade não da pra mover nada. Não posso me esquecer de apertar o ctrl c pra salvar os textos, ai pelo menos os texto se salvam, porque tem coisas que ja não da mais, nem atrasando o relogio, nem andando de fasto.

Nem plantando bananeira.

Nem imitando o sid moreira.

Nem chorando muito.

Nem chorando pouco.

Essa titica de vida é irreversivel, só da pra voltar indo pra frente ate virar um adulto bem imbecil.

Ate virar um completo idiota.

Ate ser chamado de coisa.

Ai a gente para. Porque não da mais. Desistir é preciso.

Se esta tudo ok para ambas as partes é melhor fechar negocios.

É melhor chegar portas.

É melhor fechar os olhos.

É melhor fechar o coração pra não se machucar? ou comprar mercúrio?

Casar ou comprar uma bicicleta?

Ir almoçar na casa da sogra ou virar atleta?

E no fim das contas não da no mesmo?

E no fim da contas a gente não conta as moedas no fundo do bolso?

E no fim das contas a gente não paga com cartão pra pensar que não esta pagando?

A gente é sem culpa porque nosso sono merece essa maracujina, tambem chamada de auto-engano.







Procurei meus escritos... minhas escritas.
Deixo tudo embaixo da cama, escondido e pegando pó.
O pó me dá alergia. Assim como tinta amarela, tinner, suor, sol, melão e aflição.
É só aflitar-me e empipoco-me.
Coceiras, cabeleiras, penteadeiras, fofoqueiras de plantão e de plantinha.
Tudo ecoa, fora e dentro. Bem dentro. Bem lá dentro.

Errei. Errei em ser eu mesma, em revelar minhas máscaras já caídas no chão.
Em revelar minhas lágrimas mais ardidas.
Cai coração, cai!
Talvez eu seja uma cretina idiota.
Mas sou tua.
O tremor não me deixa escrever mais nada.

Confidências confidenciais são suas ofensas irrepetíveis.
No início, tudo é escuro, desde o parto até o pranto.
Hoje quero respostas mais precisas e preciosas.

A gente se confunde e se perde sozinho...
fiquemos sempre presos a esses absurdos que insistem em nos perseguir...
seremos objetos de riso e humilhações...
mas seremos ao menos cientes da ridícula situação que é:
não nos encontrarmos em nós mesmos...

Alguns sapos nós engolimos e outros deixamos escapar...
alguma coisa há de ficar para contar a história,
algo há de permanecer intacto.

E sob a suspeita de se ter sonhos tão estranhos e se atrair por livros tão obscuros eu só consigo imaginar duas possíveis culpadas: a direita e a esquerda. 

Meus olhos ficam perplexos ao constatar a rapidez com que minhas mãos desanimam meu coração.












google imagens para florestas misteriosas.